domingo, 14 de agosto de 2016

Crise: Oportunidade para o Sucesso

 


Existe uma lei que direciona toda a nossa vida: a lei de equilíbrio e, em particular, a lei do equilíbrio entre dar e receber.

A um bom dar corresponde uma boa recepção. Ao dar chamamos de trabalho,  e a boa recepção chamamos de sucesso.

Quando começamos a perceber que os resultados esperados não chegam é quando entramos em crise.

A crise, portanto, se declara quando algo do passado interfere para se ir adiante. Por isso, toda crise é uma oportunidade para a liberação e mudança. Mas, é possível prosperar sem ser constantemente empurrado por uma crise ou pela necessidade de atualizar-me? 

A crise é uma crise de valores.

A moralidade, a fidelidade aos nossos valores e princípios são sempre um movimento em direção à morte, um movimento, um ir para menos, porque nos separam e nos movem para longe daqueles que não compartilham da mesma idéia , e acima de tudo, porque eles nos fazem sentir melhor do que eles, por isso, desprezá-los, no fundo é um sinal de que desejamos que eles desapareçam, - "tudo seria muito mais fácil se ... se todos fossem como eu." Nossos valores matam o amor em nós mesmos. Eles são armas mortais. E eles são puro vínculo com o passado que impedem a mudança, a criatividade ou a adaptação ao presente.

Os valores são grandes lealdades ao passado e graças a eles, a vida tem sido repetida de geração em geração, igual em si mesma. Toda vez que fazemos algo de bom, podemos repeti-lo e vamos criando justificativas, princípios e normas que continuam a operar tão bem, esquecendo-se de que a base do sucesso anterior foi a combinação perfeita para o nosso presente e suas necessidades.

Quando nossos valores e hábitos nos levam à beira da morte, instala-se a crise como a única solução para a sobrevivência, forçando-nos a ver essas alianças para soltá-las.

Nascemos fundida com a moral da família. Esta última dirige todas as emoções e ações da criança sem ter a menor liberdade ou capacidade de percebe-la.


Ao crescer, começamos a aderir conscientemente a uma das morais familiares, constituindo uma escala consciente de valores. Ao crescer mais, apenas alguns conseguem abandonar estes valores, abrindo-se ao presente, à criatividade e à todos os seres como são, cada um com sua peculiaridade, nem melhor nem pior.


Os valores, tanto explícitos como implícitos, apesar de ser um peso, nascem como consequência de um mito famíliar ou social criado por um antepassado com poder, necessário para esconder um dano. Esse ancestral é um perpetrador com cara de santo, que, com o seu poder impôs e transmitiu uma declaração de que protegia (os errantes são desprezíveis, por exemplo: Para fugir às suas responsabilidades pela morte de alguns trabalhadores, não querem pagar o devido) as gerações seguintes as quais vão seguir cegamente, por respeito ao ancestral tão "merecedor".

E quanto mais fiel estamos a um princípio, mais amarrados estamos ao passado, a esse perpetrador com cara de santo, e mais inadaptados para o presente.

Nascemos num mar dos valores e todo crescimento significa sair deste banho paralisante. 

Então, chega um momento em que percebemos a diferença entre o que foi e o que é, nos sentimos insatisfeitos, vemos que a vida nos chama, projetos, desejos e mudanças se vislumbram e desejamos com todas as nossas forças uma mudança, e, o nosso futuro é inserido em nosso hoje.

A força desse desejo felizmente provocará uma crise: Eu percebo que a mudança não vem até mim, mas eu tenho que ir até ela. Os valores são estáticos, ancorados no passado, você não pode mover-se e tem que ir sozinho para mudar, despojado de crenças e valores que se acumularam em nossa ultima etapa. A mudança não é compatível com os valores. Temos que escolher e soltar. Os valores são a mudança.

Esse é o papel de toda crise, provocar e poder perceber a diferença de nossos valores e hábitos.

Tudo é energia, nós somos energia. Mas a energia não tem um fluxo contínuo, só é acionado quando uma fase negativa é compensada com uma fase positiva e vice-versa. Somos um campo de energia que funciona como um ímã em forma de U. Este ímã tem um ramo de carga positiva e outra com carga negativa e, graças a essas duas polaridades existe o campo magnético do ímã. Em nossas vidas ocorre o mesmo. Estamos na força, somos energia cada vez que equilibramos a luz com sombra. A nossa sombra é tão necessária e benéfica como a nossa luz.

E, como podemos equilibrar? Juntá-las. Dizendo sim a ambas, ao mesmo tempo em que vivemos. Me responsabilizo pela minha alegria, apesar dos infortúnios. Eu levo minha sombra em meu coração. Eu lhe agradeço por estar aqui. Aceito para aprender algo dela. 

Nos carregamos de energia cada vez que dizemos Sim, e mais ainda quando chegamos a dizer Graças. Sim, e Graças a quê? A vida como ela é. Agradecer a vida como ela é, com o seu peso e sua dor, transforma tudo. A carga e a dor tornam-se oportunidades de servir e crescer, a vida se torna mais fácil, porque ela vai começar agradecendo a nossa entrega, e vai assimilando o êxito. Ao dizer Sim e Graças à vida como é, entramos numa dimensão espiritual, quero dizer em uma dimensão em que nos abandonamos ao movimento do espírito, permitimos que ele dirija nossas vidas.

Na crise, o movimento do espírito se desprega, esbanjando sua força e seu amor ao que quer ver e mudar.

Sucesso, o que significa?

Se nos apegamos ao sucesso conseguido, ou se só nos interessamos com o sucesso desejado, estamos esquecendo a primeira parte da equação, o dar, e o sucesso escorre de nossas mãos e não chega nunca.

Nossos agradecimentos a vida como é nos impulsiona a servi-la com todas as nossas forças, habilidades e amor. "O trabalho é a vida em ação. Viver é estar a serviço, viver é trabalhar, porque o trabalho nos coloca ativamente a serviço. Trabalhamos como vivemos "(Bert Hellinger)". Esta é a parte que nos corresponde. Em seguida, o meio ambiente, a sociedade, o mundo irá nos compensar com seu reconhecimento. Se você não obtém o sucesso esperado, não é por culpa do seu chefe, dos seus clientes, políticos ou quem sabe: o não êxito está em mim.

"Há apenas dois movimentos: um ir com a vida e um ir para a morte . O que não é mais é menos. Mais vai com vida, menos vai em direção à morte. O novo, a mudança vai com a vida, a rotina vai para a morte.

O trabalho cria vida. O trabalho é mais. "

O não êxito me diz que não vou para a vida, que eu não dou o que poderia dar, que alguma coisa de meu sistema interfere com a minha capacidade de estar presente e de dar.

Quando nos entregamos ao que há, a quem somos, como tal, abandonamos aqueles que nos disseram como somos: nossos pais. Tomamos nossos pais incondicionalmente, como eles são, com amor e gratidão ao passado, ao que se passou. 

Quando dizemos sim ao que há, renunciamos aos nossos valores, a nossas ilusões, ao futuro planejado que havíamos sonhado, a uma porção de imagens do passado. Então assim, avançamos para o mais em relação a vida como ela é, sem nos darmos conta, acerca do sucesso. Sucesso como tudo o mais, precisam de nosso Sim e Muito Obrigado, mas se cair na tentação de agarrá-lo, adeus sucesso... e o nosso, é a mudança, é o trabalho sobre si e para o outro.

Em Sistêmica observamos os acidentes, crises ou doença de todo tipo têm uma função muito clara: a de mostrar que algo precisa ser levado em conta. Além disso, o sistema atingiu o ponto de desequilíbrio que não permitirá que nenhum indivíduo siga com sua vida individual sem antes haver integrado esse "algo".

As dificuldades nascem com a finalidade de pôr em relevo algo inacabado, algo que não é levado  a cada pessoa envolvida no conflito e para os seus sistemas familiares. 

A crise serve como um espelho de uma situação que é difícil para nós reconhecermos e, portanto, permanece inacabada. 

As dificuldades nascem com a finalidade de pôr ênfase em algo inacabado, algo não assumido tanto por cada pessoa envolvida no conflito como por seus sistemas familiares. 

A crise serve como um espelho de uma situação que é difícil para reconhecer e, portanto, permanece inacabada. 

Qualquer crise não resolvida surge uma e outra vez, cada vez de forma mais nítida, até que ocorra a necessária mudança no sistema que está necessitando. E este objetivo pode atrasar gerações em mudar-se... 

Outro elemento-chave de reflexão é esta realidade: todo indivíduo está primeiro a serviço de sua espécie, o destino da espécie primeiro, sobre o destino do indivíduo. Que consequências isso tem para nós hoje?

A crise atual, a crise global é também uma crise de valores a serviço do crescimento da humanidade inteira. Pede para ser vista e honrada como a necessidade prioritária de cada ser humano hoje.

Repito o que disse anteriormente, para aplicar à Crise: quando nossos valores nos levam à beira da morte, a crise irrompe como a única solução para a sobrevivência, forçando-nos a ver essas alianças para liberá-las. É a sobrevivência da humanidade que está em jogo.

Primeiro nós devemos nos sentir participantes desta crise, e não ter medo, nem negá-la, mas olhar para ela com respeito, como envio do espírito. E começar a fluir com ela, com a mudança de paradigma, com a vida diferente - nem melhor nem pior - diferente, com o Sim e a Gratidão. Então, poderemos nos dedicar a nossa vida individual, também a partir do Sim e das Graças, caminhando ativamente para a mudança interior. Este caminhar para mais vida produz resultados mais rápidos , para não dizer imediatos. Novas portas se abrem. A alegria, a satisfação, as oportunidades, o reconhecimento, a abundância, entram e vêm nos incentivando para abrir-nos às mudanças.

Adiante!

Que você seja feliz!

Postado em Holistic Universo - Brigitte Champetier de Ribes
Diretora do Instituto de Constelações Familiares
(Traduzido de http://www.insconsfa.com/)
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