domingo, 30 de março de 2014

Rompendo hábitos que nos prejudicam



"Quando estamos no controle das nossas decisões de vida parece que tudo flui do modo como deveria ser, o problema é que muitas vezes nos deparamos com situações repetitivas que geram angústia e a sensação que fica é a de que não temos o menor poder para mudar essas tais realidades indesejáveis.

O modo como nos comportamos em família, com amigos e na afetividade revela bastante sobre esse tema. Como comemos, se fazemos exercícios físicos ou não, como lidamos com dinheiro e com outros inúmeros assuntos também fazem parte desses padrões repetitivos que muitas vezes fogem do nosso controle.

Ocorre que desde muito cedo, quando aprendemos a lidar com determinados temas que nos perturbavam, nossos cérebros automaticamente passaram a funcionar num padrão de sobrevivência em nome de resolver tais dificuldades.
Nossos sistemas aprendem, desde a mais tenra idade, os mais diversos mecanismos para darmos conta de tudo que de algum modo nos aflige.
Com o tempo, depois de alguns aprendizados, ao primeiro sinal de perigo, instantaneamente a nossa máquina cerebral escaneia e escolhe, em seus arquivos, ações que entende serem mais adequadas em prol da nossa segurança pessoal.

Num segundo momento, porém, na sequência da vida, o cérebro passa a funcionar como um programa de computador que gira no modo automático e não mais necessita entrar em contato com algo que lhe sugere algum tipo de perigo, pois aprendeu a funcionar de modo rotineiro dentro dos padrões de sobrevivência aprendidos sabe-se lá quando...

Acontece que a vida em si traz inúmeras outras informações e possibilidades existenciais que acabam sendo afetadas em qualidade por conta desse sistema funcionar por meio de um filtro perceptivo e numa espécie de piloto automático.
Além de tudo, sabe-se que um hábito de funcionamento aprendido gera uma série de recompensas que sugerem sobrevivência.

Vamos a um exemplo, um recorte de um caso que aconteceu com um dos meus pacientes e que evidencia um hábito de funcionamento repetitivo indesejável: se eu concordar e "entender" tudo o que me impõem, então, eu não corro o risco de perder as pessoas, então, entendo que não serei abandonado no sentido mais profundo da experiência humana. Esse pensamento/decreto surgiu por conta de determinada experiência difícil ocorrida num tempo distante, onde essa foi a melhor resolução encontrada na época. 

O que pode acontecer nesse tipo de situação é a conquista de uma realidade restritiva onde se consegue ter pessoas ao redor e onde não se é abandonado. Com o passar do tempo, porém, a pessoa da ação pode se sentir abusada e corrompida no que faz real sentido para si mesma e que provavelmente está muito além do fato de ter que concordar cegamente com o outro. Como consequência, a falência do eu fatalmente acabará por acontecer cedendo lugar à tristeza e à depressão como ordem do dia.

E essa será a hora de ir ao "mecânico". O momento-chave para buscar ajuda terapêutica. Oportunidade de se reeditar, de entrar em contato com a dor do passado que deu início ao tamanho dos conflitos que afetam o presente. Costumo dizer que é o tempo de se fazer uma viagem àquela casa antes enorme para que depois de reprocessar os conteúdos poder vê-la em sua real dimensão. É como quando revistamos um lugar distante depois que crescemos e vamos até ele cheios de recursos adquiridos ao longo da vida. Deste modo, podemos voltar a lugares e ambientes emocionais, antes difíceis, reprogramando e atualizando nosso software, ou seja, nossos tamanhos e potências!"
Silvia Malamud
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Enxergar e ter clareza de seu padrão de funcionamento é uma das compreensões super importantes para possibilitar  aprimoramento e desenvolvimento sobre suas dificuldades e para facilitar o crescimento enquanto pessoa.
É super importante termos consciência sobre a interferência que o nosso padrão de funcionamento pode fazer nas relações e como está intimamente ligada à possibilidade do tamanho da consciência de si.
Na grande maioria das vezes ligamos o "piloto automático"e nos defendemos, tomamos atitudes, etc...de acordo com a forma que - ao longo da vida aprendemos a sobreviver.
E se deu certo até agora, para que mudar? Essa é uma pergunta constante naqueles que vivem dificuldades e NÃO querem ter o trabalho e a dor da mudança.
Mudar padrão de funcionamento não é simples...mas é possível. 
Lidar e aprender com as diferenças é de importância primordial, no entanto não podemos esquecer que a identidade individual tem origem na família e  no meio em que fomos criados. Existe aí uma vasta teia de emoções e lealdades invisíveis diretamente ligadas às diferenças que se manifestam no agora.
Trabalhando em terapia sobre a tomada de consciência do nosso padrão vamos percebendo como funcionamos é que possível  descobrir formas para lidar com os insucessos, com as diferenças e com as dificuldades em geral.
Então... vamos para as percepções sobre autoconhecimento? As alternativas estão sempre disponíveis àqueles que desejam.
Boa semana
Tais

domingo, 23 de março de 2014

Os maus e os bons na família

Enredos familiares, ordens do amor

"Há algo mais a ter em conta. Algumas pessoas são excluídas de um sistema porque se diz que elas não são dignas, por exemplo, alguém que é jogador ou alcoólico, homossexual ou criminoso. Sempre que uma pessoa é excluída desta forma, por alguns dizerem “eu tenho mais direito a pertencer do que ele ou ela”, o sistema fica perturbado e faz pressão para que haja uma reconstrução ou reparação do mesmo. Porque aquele que foi separado ou excluído desta maneira, será imitado numa geração mais à frente por um descendente, sem que este se dê conta. Este descendente vai sentir-se como o excluído se sentiu, comportar-se como ele se comportou e frequentemente acaba como ele.

Nas constelações familiares dá-se a curiosa observação de que em relação ao bem e ao mal, aquilo que se manifesta é geralmente o inverso daquilo que se apresenta. Aquele que é indicado como sendo o bom frequentemente se verifica ser o mau e aquele que é considerado o mau verifica-se que é o bom, de quem emana uma força positiva. Por esse motivo, só é possível fazer terapia sistêmica quando os excluídos e os maus são tomados no coração e tratados com respeito. Estranhamente, no instante em que o faço ganho a confiança de todos os outros membros do sistema. Instintivamente sentem confiança em mim. Contudo, se eu me cinjo àquilo que ouço e digo ao cliente: agora diz ao teu pai ou ao teu tio de uma vez por todas que ele é um canalha, ou ao pai que abusou de ti que ele é um sujeito mau, já ninguém do sistema sente confiança no terapeuta.

As soluções conseguem-se somente mediante o amor. Uma vez compreendidas estas dinâmicas, a única coisa que se pode fazer é trabalhar colocando o amor na dianteira.Para isto há uma única solução. É necessário voltar a incluir no sistema aquele que foi considerado mau e reconhecer que ele tem o mesmo direito de pertença que os outros. E há que dizer-lhe: “cometemos uma injustiça contigo e temos pena de o termos feito”. Imediatamente será possível ver que é justamente da pessoa que tinha sido excluída que emana uma força grande e positiva para os descendentes. Essa pessoa torna-se uma espécie de patrono para eles."

Bert Hellinger
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A Constelação Familiar  no passado era uma forma de psicoterapia e os terapeutas a usavam porque queriam ajudar seus "pacientes". Hoje sabemos que nada existe de mau, pois atras de tudo existe uma força criadora. Olhando filosoficamente para essa situação podemos mostrar ao cliente que nada existe de mau, podendo assim o mesmo mudar seu olhar e repetir: "seja lá o que for que tenha acontecido, eu agradeço e assumo isso como uma força".
Nisto nos comportamos como um ser filosófico. Sem lástima, mas com plena consciência e concordância com tudo que há ou um dia houve naquele sistema familiar.
Desta forma, as forças são liberadas e o sistema pode recobrar o equilíbrio. Esta atitude é uma atitude filosófica e que em muito tem colaborado para a liberação e crescimento dos sistemas.
Do ponto de vista filosófico a ideia de autonomia em nossas ações é muito "pequena", digamos assim... Na verdade, temos a marca de nossos pais e do campo onde nos movemos. Os antepassados estão presentes, os mortos estão presentes, e nossas ações estão presentes, tudo está presente. É nisso que nos movemos.
Quando imagino que posso decidir livremente as coisas da minha vida, torno-me pequeno aos meus próprios olhos, pequeno e insignificante.Estamos sempre envolvidos em grandes movimentos, na fila dos ancestrais, na família, e esse envolvimento não depende da minha livre vontade. Simplesmente estou dentro disso e também coloco algo em movimento...
Estar em concordância com tudo que há nos libera!
Taís

domingo, 16 de março de 2014

Talvez você precise de mais sofrimento...


"Existem muitas atitudes que podemos tomar para melhorar a nossa vida e que simplesmente não tomamos. Algumas atitudes são bem simples, como organizar uma bagunça, outras são mais radicais como terminar um relacionamento; afastar-se de alguém; demitir um funcionário; desfazer uma sociedade; ir em busca de um novo emprego etc..

Quando estamos incomodados com nossa situação de vida, sabemos o que devemos fazer para mudar, mas não fazemos, significa que, de alguma forma, aquela situação está confortável. É o que eu chamo de "a desconfortável zona de conforto". Existe um certo sofrimento, que é desconfortável, mas de alguma forma você aprendeu a lidar com aquilo e acabou ficando confortável, embora você diga que gostaria de melhorar.
Algumas vezes quando isso acontecia com algum cliente meu, que se queixava mas não conseguia tomar providências práticas pra mudar, eu dizia: "talvez você precise de mais sofrimento". Vou explicar melhor o sentido dessa afirmação.

Quando o sofrimento se intensifica e começa a ficar insuportável, as pessoas se sentem mais compelidas a agir na direção que já sabiam que deveriam. Às vezes parece que nós ficamos apenas esperando por isso para tomarmos providências práticas. Enquanto conseguimos administrar a situação desconfortável, levamos com a barriga.

O sofrimento age como um grande catalisador da mudança; torna-se o seu combustível. Eu não sou um defensor de que precisamos do sofrimento para agir, pois sempre é possível mudar por caminhos mais suaves. Mas a mudança pela dor é o que vejo acontecer com boa parte das pessoas.
Ao dizer essa afirmação para o cliente, "talvez você precise de mais sofrimento", muitos sentiam o impacto e acabavam despertando para começar a agir. A pessoa acaba se dando conta, em um nível mais profundo, do que ela vem fazendo consigo mesma, do quanto está perdendo tempo e esperando que as coisas cheguem a nível de sofrimento cada vez maior.

Por trás da falta de ação que nos mantém em situações negativas, existem ainda vários sentimentos negativos, crenças limitantes, problemas de autoestima, que levam a autossabotagem inconsciente. Por exemplo. Uma pessoa que na infância sofreu muito com críticas e falta de elogio pode crescer com um sentimento de não merecimento, de não ser boa o suficiente, e assim tem um desejo inconsciente de se punir e acaba se mantendo em situações de sofrimento.

A negatividade da baixa autoestima tem uma força oculta que influencia as escolhas levando a pessoa agir de uma maneira que racionalmente não tem sentido. Por isso, é também muito importante curar o nosso passado emocional.

Ao curarmos essas emoções, a autoestima melhora, autossabotagem diminui, as escolhas ficam naturalmente mais saudáveis. Quando não as curamos, haverá dentro de nós uma disputa silenciosa onde a negatividade nos arrasta para nos manter em situações de sofrimento, e um outro lado que quer o nosso progresso. Esse lado que quer progredir fica ofuscado pela negatividade e muitas vezes sucumbe diante da sua força. Até que pode chegar o momento onde a dor fica tão intensa, que o lado que deseja progredir desperta e arranja forças, sabe-se lá de onde, para promover as mudanças necessárias.

Em que áreas da sua vida você está precisando de mais sofrimento para fazer o que precisa ser feito para mudar?"

Andre Lima
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Sei que é difícil aceitar esta verdade , mas a atuação do inconsciente é assim: ele age conforme nossos pedidos inconscientes também!
As palavras que entram em nossos ouvidos ( por toda uma vida) tornam-se sugestões hipnóticas e governam nosso atos sem participação de nosso consciente. Nao apenas as palavras pronunciadas pelos pais, pelos professores, mas também palavras pronunciadas em tom de brincadeira, possuem a mesma força de concretização. Se você diz "eu jamais serei capaz de realizar algo grandioso", estas palavras, mesmo ditas por modéstia, irão retirando de você, aos poucos, a sua capacidade de realizar algo grandioso. As palavras "tenho constituição física fraca de nascença" enfraquecerão realmente a sua constituição física. Por isso, ao invés de pronunciar palavras negativas, deve esforçar-se para usar palavras positivas.
Parece estranho? Pois pare e faça uma pequena retrospectiva checando se tudo aquilo que você acredita/pensa não está sendo realizado em sua vida.
É assustadora a constatação...mas é assim. Mesmo o sofrimento e a permanência nele acontece desta forma.
Quando faço estas colocações não está embutida a idéia de que devemos ficar "sonhando" e não enxergar as nossas dificuldades...não é isso. Percebo o que há e faço um movimento para ser diferente através do positivo. É somente uma questão de treino e de escolha.
Difícil? Sim, toda mudança gera incômodo mas sempre é bom olhar de uma forma diferente daquela que estamos habituados.
Boa semana.
Tais


domingo, 9 de março de 2014

A Entrega




"A razão nos leva a querer controlar as nossas vidas, através de conhecimentos acumulados por nós nessa e em outras encarnações, do estudo sistemático que fazemos de tantos assuntos diferentes, de todas as informações que nos chegam intensamente e sem parar...

Mas a Vida nem sempre aceita este roteiro e nos faz ver que existe um comando muito maior e mais sábio que modifica constantemente os nossos planos e muitas vezes o faz de forma drástica, chegando a nos assustar.

Em nós existe uma Fonte de Sabedoria, que muitos denominam de Eu Superior e que procura sempre uma oportunidade de nos enviar conselhos luminosos sobre uma forma diferente de viver, tornando o que normalmente pensamos numa via contraditória e nos deixando inseguros do que fazer, de como agir. A Luz nos chega através do canal intuitivo - ponte de acesso a este manancial que temos em nós, muitas vezes atrofiado pelo viver frenético de todos nós. É principalmente quando conseguimos fazer um pouco de silêncio na mente, que esta ajuda chega. Mas, às vezes, isto acontece quando menos esperamos e estamos no meio de uma atividade qualquer.

Como aprender a confiar na orientação que nos chega tão pura, tão simples, de forma tão pueril? Como viver uma entrega à Vida que é soberana e sabe infinitamente mais do que nossas mentes limitadas podem jamais supor?

Não é fácil, mas precisamos tentar ir treinando, à medida que os dias vão passando. Por mais que queiramos controlar os acontecimentos, sabemos que isto é impossível. Por que não vivermos com mais atenção, com mais humildade, observando mais os sinais que estão chegando, relaxando mais e nos preocupando menos com o futuro? Acho que podemos viver assim, se acreditarmos na existência do Guia Cósmico - tenha o lá o nome que tiver - que harmoniza e equilibra todo o Universo.

Quando passo por problemas emocionais que revolucionam o meu interior, levando-me a me sentir como se estivesse no meio de um furacão, procuro me aquietar e olhar o céu acima e em torno de mim, ouvir os pássaros cantando, o barulho costumeiro do meu ambiente existencial e... como por encanto, vou me acalmando, sentindo que sou também parte desta harmonia maior que faz o Sol nascer sempre no mesmo horário, que leva as flores a se abrirem, as sementes a germinarem e me entrego a esta maravilhosa energia, por um tempo, pequeno que seja. Tudo vai se equilibrando e eu consigo respirar calmamente de novo.

A mente controladora e que se considera a grande Mestra não aceita muito a entrega. Mas a sabedoria dos seres que já privaram de momentos assim nos diz que precisamos acreditar mais nesta Força Primária e Amorosa que permeia tudo e todos... pois ela nos sustenta e sempre o fará!

Mas, para que isto seja real, é preciso que acreditemos e pratiquemos a entrega. Verdadeira, sem restrições. Fazendo nossa parte e entregando... sabendo esperar... respirando pausadamente, pois toda a Natureza em torno de nós age assim. Somos parte dela. Não somos alienígenas, como teimamos em nos considerar. O mal que fazemos a qualquer coisa viva -e existe vida em tudo- estamos em verdade fazendo a nós mesmos.

Se nos percebemos guiados e fazendo parte intrínseca de um Todo muito maior, também nos sentimos apoiados e protegidos, aceitos! Esta é uma incrível sensação que nos leva a um bem-estar sem limites.

Onde estivermos, com quem estivermos, sempre estaremos em casa! Mesmo que a língua falada seja incompreensível pra nós, mesmo que os costumes daquele lugar sejam estranhos pra nós, podemos nos conectar com tudo e todos e sentir apoio e completude.

Ficamos apartados de todos e da Força que nos criou apenas quando teimamos em querer saber tudo, controlar tudo. Quando relaxamos um pouco e nos entregamos, quando nos deixamos levar, sentindo o que nos chega, realmente vivemos!

Somos o Todo, mas nada somos sem Ele! Viver é se relacionar, é se deixar conduzir de forma consciente pelos caminhos que se vão abrindo pra nós, sem resistências de ego e agradecendo às oportunidades de real conhecimento que nos chegam.

A gente teima em querer saber tudo, explicar o inexplicável e deixa 
muitas vezes de viver, de sentir, de realmente aprender..."
Maria Cristina Tanajura

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Os metassentimentos são sentimentos nos quais podemos confiar e eles tem características particulares: sem emoção e totalmente claros. E quais são esses metassentimentos?
Humildade, coragem, sabedoria - sendo este último - a capacidade de diferenciar se algo é possível ou não. Podemos fazer essa diferenciação, se estamos em conexão/harmonia com algo maior. Vivenciamos essa harmonia como quando se nada em um rio calmo onde percebemos imediatamente a menor correnteza ou, quando içamos a vela de um barco e ao menor movimento percebemos o vento. 
Os metassentimentos são sentimentos de harmonia, de leveza, não havendo nada de tumulto ou falta de confiança. São totalmente simples.
Uma das formas de se chegar a isso é liberta-se dos próprios emaranhamentos. Nas Constelações Familiares podemos vivenciar como libertar-se disso.
Aproveitem os grupos de Constelações Familiares/Empresariais, assistam, participem...muita sabedoria passa a integrar nossa vida e muitos conceitos são totalmente modificados - e sempre para melhor! Muitas vezes só de participar assistindo, ja somos "tocados" por algo maior percebendo uma determinada situação de outra forma: com mais respeito, mais amor e maior compreensão.
Boa semana!
Tais

domingo, 2 de março de 2014

O que é Liberdade?


Falar sobre a liberdade é um dos temas mais fascinantes da psicologia. Usamos muito essa palavra, mas temos dificuldade em conceituá-la. Agir sem impor limites à nossa vontade? O fato é que nosso universo interior valoriza outras questões além dos nossos desejos. Todas as pessoas do mundo afirmam que querem ser livres, mas pouca gente sabe dizer o que quer fazer com a liberdade.

Muitas vezes nossos desejos são de natureza destrutiva, em oposição ao nosso conjunto de valores éticos. Caso alguém me trapaceie, posso até desejar matá-lo. Mas, se eu o fizer, além de transgredir a lei, estarei desrespeitando meu sistema de crenças morais. Assim, experimentando uma dor íntima desagradável até o fim dos meus dias, a culpa.

Os animais em geral não sentem culpa, apenas medo e desejo. O ser humano não, ele tem um cérebro sofisticado que "fabrica" conceitos e padrões de comportamento que precisam ser respeitados. Em muitos casos, essas normas estão em oposição às nossas vontades.
Como agir? Respeitando a vontade ou o padrão? Acredito que devemos seguir nossos pontos de vista e nossas convicções. Agir sempre em concordância com a vontade é sinal de imaturidade, mostra dificuldade em suportar frustrações e contrariedades. No caso da nossa vontade estar em conformidade com a nossa razão, ela não provocar nenhuma reação negativa, é lógico que devemos tentar realizá-la.

Não se trata de desprezar nossos desejos, se estou com boa saúde, posso comer doces. Se eu for diabético, preciso ter a capacidade de abrir mão deles. Não faz sentido considerar mais livres as pessoas que não ligam para si mesmas e para os outros. Em realidade, elas são mais irresponsáveis, e até autodestrutivas. Se alguém sabe que o álcool lhe faz mal e continua bebendo, ele não é mais livre, ele é alguém mais fraco.

Nos séculos passados, o ser humano vivia por normas exageradamente rígidas e alguns psicólogos acabaram concluindo que a verdadeira liberdade consistia em jogar fora essa camisa-de-força, guiando-nos a partir de nossos desejos. A ideia é tentadora, mas na prática é inviável. A vida em grupo exige o cuidado com o outro, e atenção às normas sociais. O amor e a solidariedade que sentimos naturalmente dentro de nós pedem isso. Não posso magoar as pessoas que amo sem sofrer. Nesse caso, antes de satisfazer a vontade, tenho de refletir muito, avaliando e pensando nas consequências.

Liberdade é a sensação íntima de prazer que flui da coerência entre o que penso e a forma como atuo. Sou livre quando sou capaz de agir de modo coerente com o que penso. Algumas vezes respeito a vontade; outras, as normas morais. Em cada situação, uma avaliação, tomando decisões válidas para aquele momento. Sei dizer "sim", e sei dizer "não". Aceitar certos limites para as nossas vontades é sinal de maturidade, não de renúncia e conformismo. É sinal de força, não de fraqueza.
Só é livre quem controla a si mesmo!

Gisela Luiza Campiglia
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Nossas atitudes aqui (no presente) e "no passado" determinam nossos carmas que pode ser comparado a uma gravação. Se gravarmos a nossa voz num gravador posteriormente poderemos ouvir essa mesma voz toda vez que a tocarmos .
Do mesmo modo, as vibrações mentais, que ocorrem toda vez que um pensamento passa pela nossa cabeça, ficam gravadas como uma "causa" em nosso "disco mental". Sempre que houver uma oportunidade, o "disco mental" emitirá as vibrações mentais registradas. E, então, aquele pensamento que tivemos no passado manifestar-se-á concretamente, sob a forma de algo palpável, de alguma doença, de alguma situação, etc...
Veja por aí, como devemos ser cuidadosos com nossos pensamentos e nossas vontades... E assim é o carma, por assim dizer, uma "gravação" das vibrações mentais. Em outras palavras, estamos, a todo momento, plantando sementes de pensamento, e um dia teremos que colher o que plantamos.
A mente uma vez direcionada num sentido, habitua-se a agir nessa direção e não muda enquanto não receber um estímulo para seguir outro rumo.
Somos nós mesmos os responsáveis por tudo que nos acontece... e podemos mudar para melhor, sempre!!!! 
(usei como base o livro - A humanidade é isenta do pecado- compilação da obra
 do mestre Masaharu Taniguchi)
Taís