quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Últimas palavras...



No decorrer de qualquer existência há momentos em que precisamos navegar pelo desconhecido sem ter o mapa ou uma bússola. Esses podem ser tempos de desespero e de pavor.
Mas podem ser também tempos de descoberta. Tendo acompanhado muitas pessoas em sua luta com o desconhecido, acredito que a parte mais emocionante da história de cada um poderia ser resumida em uma única linha. Apesar dos desafios e das enormes dificuldades de suas jornadas pelo mar da vida, o vento sempre sopra na direção da terra prometida, na direção da solução... Já vi muitas pessoas lançarem suas velas e aproveitarem esse vento. A vida tem uma virtude em que podemos confiar: em nossa luta , nunca estamos sozinhos, nunca somos abandonados.
      Durante este ano, meu blog foi lido por muita gente, e, de uma certa forma, abençoado...Eu desejo que cada  vibração positiva que recebi se reflita em cada uma dessas pessoas, multiplicadas por cem.
      Para encerrar este ano de 2011, trancrevo aqui uma citaçao de Natal do Rei George V da Inglaterra, que diz o seguinte:
"Pedi ao homem que ficava no Portal do Ano,
Dê-me uma luz para que eu caminhe em segurança, pela escuridão.
Ele respondeu: Mergulhe na escuridão e ponha a sua mão
nas mãos de Deus.
Isso será mais importante do que a luz e mais seguro que um caminho conhecido."
      Boas Festas neste ano que se encerra e um 2012 com muitas oportunidades de conhecer-se para desfrutar deste que realmente somos: perfeitos!
Meu abraço carinhoso e até a segunda semana de janeiro, quando volto a escrever.
Tais

          

domingo, 18 de dezembro de 2011

Agindo da maneira certa

Nesta época de Natal e muitas festas para comemorar o final de ano, as pessoas tendem a ficar mais caridosas e até resolvem presentear os mais necessitados...Pena que não façamos isto o ano todo, independente dos motivos que nos levam a agir desta maneira...
Aí lembrei de algo que aprendi: existem oito níveis de “caridade” ou  maneiras de sermos generosos com o próximo. Esse era um dos muitos ensinamentos que em minha formação religiosa (espírita) aprendi. A cada domingo, discutíamos e eu procurava compreender. Naquela época eu era uma menina de 6 anos que obedecia aos pais- no sentido de ir à igreja mesmo que com sono ou preguiça -  e hoje agradeço esta exigência, pois os princípios aprendidos guiam, até hoje, minha vida! Quando o texto era sutil e complexo, mamãe simplificava, mantendo a sabedoria básica que ele continha. Foi assim que ela me explicou:
        No oitavo e mais baixo nível de generosidade com o próximo, um homem compra de má vontade um casaco para um outro que treme de frio e que lhe pede ajuda. Ele entrega o presente diante de testemunhas e espera receber o agradecimento.
         No sétimo nível, um homem faz o mesmo, sem esperar que lhe peçam ajuda.
       No sexto nível ele faz o mesmo, de coração aberto, sem esperar que lhe peçam ajuda.
       No quinto nível, um homem dá um casaco que tinha comprado, de bom grado, mas o faz sem que ninguém saiba.
         No quarto nível, um homem, de bom grado e sem testemunhas, dá o seu próprio casaco a um outro.
         No terceiro nível, um homem, de bom grado, dá o seu próprio casaco a um outro que não sabe quem lhe ofertou tal presente. Mas aquele que deu conhece a pessoa que lhe ficou devedora.
         No segundo nível, ele dá o seu casaco, de bom grado, sem ter idéia de quem o recebeu. Mas o homem que recebeu o presente sabe quem merece o seu agradecimento.
         Finalmente, no primeiro e mais puro dos níveis, um homem, de bom grado, dá o seu próprio casaco sem saber quem vai recebê-lo e aquele que recebe não sabe quem o ofertou. Então, o ato de dar torna-se uma expressão natural de bondade em cada um e acontece de maneira tão simples quanto as flores oferecendo seu perfume.
         Naquela época, ser  boa e fazer tudo certo era importante para mim e eu ouvia sua descrição com bastante cuidado. Eu só queria fazer as coisas certas ...
Mamãe sempre sorria e dizia com ternura que aqui não existia nenhuma situação especial. Imagine que todas as pessoas fossem generosas com os que estão ao seu redor da maneira como fez o primeiro homem; de má vontade, um casaco comprado, na presença de testemunhas, a alguém que precisa e que pediu ajuda. Se todos  agíssemos assim, haveria maior ou menor sofrimento?  perguntava mamãe...
Refletindo um pouco... dentro de mim, a necessidade de agir sempre corretamente lutava com a simplicidade da pergunta.
Mas acabei por concluir, finalmente, embora ainda confusa.
Mamãe disse sorrindo – É verdade. Algumas coisas têm tamanha bondade em si que merecem ser feitas da maneira que for possível.
Sem dúvida, existem formas de dar que diminuem o outro, roubando-lhe a dignidade e o amor próprio. Podemos aprender como dar sem tirar nada e com freqüência aprendemos enquanto o fazemos. Entretanto, de acordo com minha mãe, é melhor abençoar mal a vida do que não abençoá-la nunca.
(texto adaptado por mim em dezembro de 2011)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Celebração à Vida


LECHAIM!
         Uma vez meu avô me deu um cálice de prata tão pequenino que só podia conter a quantidade de vinho que caberia num dedal. Em seu bojo havia gravado um laço com longas pontas de fita. Fora feito na Rússia há muitos anos. Vovô me deu numa das inúmeras tardes que passávamos juntos, sentados à mesa da cozinha da casa de meus pais, memorizando frases de seus velhos livros e discutindo a natureza da vida. Eu era muito nova, tinha uns cinco ou seis anos, e quando ficava inquieta vovô conseguia retomar minha atenção trazendo o vinho sacramental de uva Concorde que ficava guardado no fundo da geladeira. Ele enchia de vinho Manischevitz o meu lindo cálice adornado com fitas e colocava um pouco para si num grande cálice sacramental da prata, usado há muitas gerações. Então, fazíamos um brinde. Naquela época, a única comemoração que eu conhecia era cantar “Parabéns pra você” e soprar as velas.Aquele novo brinde era muito melhor.
         Meu avô tinha me falado sobre o brinde que fazíamos. Era uma única palavra em hebraico, Lechaim! (pronuncia-se le ra im), que significa “À vida!”. Ele sempre dizia essa palavra com muito entusiasmo.
         - A uma vida feliz, vovô? – indaguei uma vez.
         Ele balançou a cabeça:
         - É apenas “a vida”! Neshumele.
         No início não vi muito sentido naquilo e lutei para compreender o significado.
         - É como uma reza? Perguntei incerta.
         - Ha não, Neshumele – ele me disse. -Nós rezamos por aquilo que não temos. E a vida nós já temos.
         -Então por que dizemos isso antes de beber o vinho?
         Ele sorriu para mim afetuosamente.
         - Vovô! - exclamei desconfiada – Você inventou isso?
         Ele achou graça e me garantiu que não era invenção. Por milhares de anos, em todo o mundo, as pessoas têm, repetido essa mesma palavra uma para as outras antes de beber vinho juntas. Era uma tradição judaica.
         Senti-me um tanto perplexa.
         - Está escrito na bíblia, vovô? – perguntei.
         - Não, Neshumele. Está escrito no coração das pessoas.
         Percebendo minha expressão confusa, ele me explicou que Lechaim! Significa que, sejam quais forem as dificuldades, mesmo que seja injusta ou dolorosa, a vida é sagrada e merece ser celebrada.
         - Até o vinho é doce para nos lembrar que a vida em si é uma benção.
         Já faz quase cinco anos que ouvi a voz de meu avô pela última vez, mas lembro-me da alegria com a qual ele brindava à vida e o brilho de seus olhos quando dizia Lechaim!. Sempre me pareceu extraordinário o fato de que tal brinde pudesse ser oferecido, há tantas gerações, por um povo ára quem a vida não tem sido fácil. Por outro lado, talvez ele só possa mesmo ser feito por pessoas assim e apenas aqueles que enfrentam perdas e sofrimentos consigam compreender a sua força.
         Lechaim!é uma forma de viver a vida. À medida que vou ficando mais velha, sinto que esse brinde me fala cada vez menos da celebração da vida e mais da sabedoria de optar pela vida. “



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Esse período que antecede as festas de final de ano, percebo as pessoas extremamente cansadas, com muitos compromissos, compra de presentes, participações em amigos secretos...ufa!!!!
Na verdade quando chega o Natal estamos todos cansadérrimos e mal conseguimos aproveitar este período maravilhoso, onde todos provavelmente estaremos reunidos para celebrar algo sagrado: a Vida e a Família!
   Aí encontrei este texto que me fez pensar um pouco sobre essa benção que temos chamada Vida e que  esquecemos muitas vezes de agradecer, honrar e reverenciar àqueles que nos deram ...(nossos pais)
Tocou-me...e naquele momento fiquei grata! 
Espero que tenham conseguido aproveitar um pouco dessa pureza transcrita aqui, extraída do livro - "As bençãos de meu avô" - Rachel Naomi Remen
Suave semana à todos vocês!
Tais

domingo, 4 de dezembro de 2011

Conhecendo o Velho Pai


Filho, acorda! São oito horas! Você vai se atrasar!
De um salto, o rapaz se levantou. Contudo, logo se deu conta que era seu primeiro dia de férias.
Atrasar para quê, mãe?
Para pescar com seu pai.
O jovem perdeu todo o entusiasmo. Sim, ele prometera, quando estivesse em férias, pescar com seu pai. Mas, tinha que ser logo no primeiro dia de férias?
Enfim, ele foi, mesmo a contragosto.
Sentado ao lado do pai, que dirigia, cantando, ele pensava em como seu pai estava ficando velho e meio lelé.
Ficava cantando músicas antigas, ria, conversava e conversava.
Finalmente, chegaram. Quer dizer, o carro estacionou, mas o pai disse que ali não era local apropriado para pesca. Só dava peixe pequeno.
Andaram durante duas horas, no meio de mata densa, até chegar ao pesqueiro secreto do pai.
Claro que é secreto, falou o rapaz, incomodado. Ninguém, a não ser você vem aqui. Nem os peixes.
Isso é o que você pensa! – Falou o pai. Aqui é que se reúnem as maiores tilápias da represa.
E, disposto, colocou botas altas, calças impermeáveis e entrou na água para cortar o mato que tomava conta quase total do lago.
Tudo aquilo estava parecendo muito doido ao filho. Que graça podia ter tudo aquilo?
Quando o pai preparou a vara e jogou o anzol, ele não aguentou e falou:
Pai, estou preocupado com você.
Essa maluquice de vir até este fim de mundo para pescar tilápias. E a mamãe falou que você nunca volta com peixe.
Já pensou em procurar um psicólogo?
Estou ótimo, falou o pai. O Freitas, que vem sempre aqui comigo, é psicólogo. O Tavares é psiquiatra.
Nesse momento, ele sentiu a fisgada no anzol, puxou a linha e lá estava ela: uma grande tilápia.
O rapaz estava surpreso.
Pai, você já pescou peixe grande assim, antes?
Sempre, meu filho.
Mas eu nunca vi você levar para casa nenhum.
Eu vou mostrar por que, falou o pai.
E fotografou o filho segurando o peixe. Depois, pegou a tilápia e a devolveu à água.
Eu pesco por prazer, não para encher a barriga.
Aquilo sim era legal, pensou o filho. O resto do dia passou pescando com o pai. E devolvendo às águas o que pescava, depois de fotografar.
Vá procurar o seu irmão, dizia, soltando o peixe.
Ao final do dia, no retorno ao lar, confessou que fazia tempo que não se divertia tanto. Aquilo sim, era radical.
À noite, enquanto se preparava para dormir, pensou que seu pai não tinha nada de louco ou de desequilibrado.
Seu pai sabia viver. Seu pai era um gênio. E ele descobrira naquele dia.
*   *   *
Na visão de Bert Hellinger (Constelações Sistêmicas Familiares) a reverência aos pais é a concordância com a  vida como a recebi, pelo preço que a recebi, e ao destino que me é prederminado. A reverência aos pais ultrapassa os pais. É o assentimento ao próprio destino, às suas chances e aos seus limites.
Essa reverência é também um ato religioso. Quem a faz, de repente, fica livre. Antes talvez precise se defender porque ainda tem uma reinvidicação, ou uma censura em relação aos pais. Quem se defende contra algo precisa sempre tê-lo à vista e acabará ficando como aquilo contra o qual se defende.
Se por exemplo, uma mãe afasta seu filho do pai, ele vai ficar como o pai. Justamente quando quero afastar alguém de outra pessoa, afastá-lo de algo, ele vai tornar-se e fazer o que se quer evitar.
Este pensamento é muito diferente daquilo que aprendemos...mas tenho percebido através da prática das Constelações Familiares que isso é muito verdadeiro.Sou 50% minha mãe e 50% meu pai...se nego meu pai, por exemplo, estou incompleta. Se falta em mim os 50%, não sou completa...
Como posso ter uma vida plena desta forma?
Não posso!!!!!!!!
É um privilégio poder tomar contato com este conhecimento e fazer mudanças significativas em nossas vidas. Ter uma olhar diferente sobre as mais diversas situações, não julgar, aceitar como é...definitivamente quando conseguimos, nossas vidas mudam...e sempre para melhor. Logicamente não é mágica...mas se interiorizamos ...
Vocês podem experimentar e me contar depois.
Uma boa semana.
Tais

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Você consegue sobreviver à tempestade



Você consegue sobreviver à tempestade
"Existem vários métodos simples para cuidar das emoções intensas. Um deles é a respiração abdominal. Quando forem tomados por uma forte emoção, como o medo ou a raiva, levem a atenção para o abdômen. Permanecer no nível do intelecto é perigoso, porque as emoções intensas são como uma tempestade, e ficar no meio de uma tormenta é  muito arriscado. No entanto, é isso que quase todos nós fazemos quando remoemos os problemas e sofrimentos na mente, deixando que os sentimentos nos esmaguem. Em vez disso, temos que nos estabilizar levando a atenção pra baixo. Focalizem a região do ventre e pratiquem a respiração consciente, dedicando integralmente sua atenção ao subir e descer o abdômen. Podemos fazer essa respiração sentados ou deitados.
Quando olhamos pra uma árvore durante uma tempestade, vemos que o topo da árvore é extremamente instável e vulnerável. O vento pode quebrar a qualquer momento os galhos altos. Mas quando examinamos o tronco, nossa impressão é diferente. Percebemos que a árvore é bem sólida e imóvel, e sabemos que ela conseguirá resistir à tempestade. Nós somos como a árvore. Nossa cabeça é como o topo da árvore e, por isso, durante a tempestade de  uma forte emoção, temos que levar a atenção para o nível do umbigo e começar a praticar a respiração consciente, concentrando-nos exclusivamente na respiração e no subir e descer do abdômen. Trata-se de uma prática muito importante porque ela nos ajuda a ver que, embora uma emoção possa ser muito intensa, ela fica conosco durante algum tempo e depois vai embora. As emoções não duram para sempre. Tenha certeza: se você se exercitar nessa prática nos momentos difíceis, você sobreviverá à tempestade.
Você precisa estar consciente de que sua emoção é apenas uma emoção. Ela vem, fica com você algum tempo e depois vai embora. Por que alguém deveria morrer por causa de uma emoção? Você é mais que suas emoções. É muito importante se lembrar disso. Durante uma crise, quando você inspirar e expirar, permaneça consciente de que a emoção ira embora se você continuar a praticar. Depois de ter êxito algumas vezes, você passará a confiar em si mesmo e na prática. Não vamos nos deixar dominar pelos nossos pensamentos e sentimentos. Vamos levar a atenção para o abdômen e inspirar e expirar. Não tenha medo e repita pra si que a tempestade irá embora.”

Este texto foi transcrito do livro “Aprendendo a Lidar com RAIVA. Sabedoria Para a Paz Interior” - Thich Natt Hanh
Ele é um monge Budista e indica em seu livro, maneiras muito simples de lidar com a Raiva.
A primeira vez que o li, senti vergonha por não praticar algo tão simples e de tanta eficiência. Ele me tocou profundamente e passei para as práticas indicadas. Elas foram e estao sendo de grande auxílio para mim.
Fiz muitas indicações à clientes e amigos e todos, sem exceção, ficaram da mesma forma encantados com o livro. Recomendo.
A edição está esgotada mas poderá ser encontrado no seguinte endereço:
 www.estantevirtual.com.br  Este é um sebo virtual com cadastrados no Brasil todo. Ja comprei muito livros e sempre obtive ótima resposta. São rápidos, seguro e o transporte é via correios com taxas pequenas.
Carinho aos leitores
Tais

domingo, 20 de novembro de 2011

O que alcançam as terapias individuais, de família e as constelaçoes.

(A Família- Tarsila do Amaral)

Muitos problemas surgem porque nós nos agarramos, por assim dizer, ao próximo e ao restrito. Quando olhamos  para os nossos problemas, ou para os problemas num relacionamento, ou outro qualquer, então olhamos muitas vezes apenas para o estreito, o próximo, o nítido, e todo o contexto a que isso pertence, nos escapa.Entretanto, o estreito e o próximo só tem o seu significado e sua força na ligação com aquilo que os ultrapassa. Por isso, via de regra, a solução consiste em ir para além do estreito e do próximo para o distante, para o  amplo. Então, em vez de olharmos para nós mesmos, por exemplo, para os nossos desejos e para aquilo que vemos como nossos problemas ou como nossas feridas ou nossos traumas, olhamos para os nossos pais, para a família.
De repente, estamos ligados a algo mais, estamos ligados a muitos. Então, aquilo que experimentamos como algo nefasto ou que causa sofrimento tem seu lugar em um contexto maior.
     Mas quando olhamos somente a família, depois de algum tempo, a visão fica novamente estreita. Precisamos então ultrapassar com o olhar para além dela, e incluir de novo o todo em nossa atenção, percepção e também em nosso amor e abrir-nos. Então existe um caminho para fora daquilo que talvez pareça ser insolúvel na família.
     Existe, também  na psicoterapia, um desenvolvimento em direção à amplidão. Existe a psicoterapia que se dedica preponderantemente ao indivíduo, por exemplo, aos seus sentimentos. Aí, talvez, tudo seja desmembrado, entretanto o indivíduo não ultrapassa a si próprio.
     Existe tammbém a terapia familiar que inclui um contexto maior. Ela pode trazer soluções que não são possíveis na terapia individual. Contudo, a terapia familiar permanece ainda ilimitada.
    Então se pode ir além da terapia familiar, para algo maior. Isso se torna possível se nos deixarmos conduzir pelos movimentos da alma (Constelação Familiar), pois esses movimentos caminham em direção a algo maior.

Tenho sentido em minhas experiências como terapeuta, que no método fenomenologico(Constelaçoes Familiares) me exponho a algo, sem intenção, sem medo, esquecendo de tudo que sabia antes de me colocar frente ao cliente. Me exponho ao contexto, e , de repente, apreendo algo daquele sistema.
Quando trabalho com uma família me exponho a ela como é, sem intenção alguma, mesmo da ajuda... Quase sempre me recolho, e vejo para onde ir...mas naturalmente, não é sempre. Também permaneço limitada. Este é o método fenomelogico de trabalho.
Não se apóia em nehuma teoria e tampouco em experiências anteriores, mas se trabalha o momento. Isso não é facil, pois um processo terapêutico é sempre um risco.
O fenomenologico não tem querer, nem saber, nem temor. Olha-se apenas para aquilo que une, que se mostra como solução. Às  vezes a solução não é o que o cliente "quer"...mas é o real, o necessário naquele momento. O terapeuta necessita confiar naquilo que se mostra, mesmo que desagrade ao cliente.
Esta abordagem é , portanto, uma aprendizagem constante...inclusive para o terapeuta!
Um bom início de semana.
Tais

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para refletir sobre nossa existência na terra


Me tocou profundamente este vídeo, mas não como uma explicação para a vida e a morte...e sim para refletir sobre nossa existência na terra!
     Começo a ver que vivo dividida entre duas realidades: por uma parte a realidade de minha existência sobre a terra, que me limita no tempo e no espaço, que me ameaça em minha existência e me tenta com outras possibilidades de satisfação; por outra, uma realidade de ser que está distante desta classe de existência. Uma realidade pela qual existe nostalgia, que nos chama, chama a nossa consciência, através de todos os infortúnios, das misérias e decepções, para nos levar a servir o Ser, a uma qualidade divina. Se tomo consciência do mundo apenas para subsistir nele, o Ser essencial morre. Inclusive se subsisto de uma maneira inteligente e razoável, não vejo o sentido de minha vida. Não tenho direção. Estou completamente orientado para a existência exterior, e isso me impede de tomar consciencia de meu Ser genuíno. Por outro lado, quando sinto e recebo a impressão de meu Ser, ele tras consigo a força das funções diferentes daquelas em que sempre vivo. Debaixo desta impressão mudo minha vida e me retiro de isolamento. O mundo me chama sem tomar em conta a voz interior. O Ser reclama sem tomar em conta as exigências da existência. São dois lados diferentes de um mesmo Eu, de um mesmo Ser. Necessitamos adquirir um estado de Ser no qual o Eu está cada vez mais aberto e obediente a ação de uma força essencial em nós mesmos, e ao mesmo tempo sermos capazes de expressar essa força, de permitir fazer sua obra no mundo...
     Quando há consciência - tudo é como precisa ser- sem nos rebelarmos contra aquilo que "nosso Ego" julga ruim.
As dificuldades são apenas degraus para nossa evolução. Através delas pode aparecer o SER, a centelha divina que há em cada um de nós.
Mas para isso é preciso uma busca interior, vontade para experimentar e coragem para aceitar.
As vezes reclamamos de algo e isso está aí apenas para "ser olhado" , e na nossa arrogância de sabermos o que é bom para nós, negamos...
Percebo e constato através de minhas experiências que tudo que nego, que não quero, fica muito maior e toma cada vez mais o controle da minha vida...enquanto a aceitação de tudo o que há ( do jeito que é, da forma que é, como é...) me libera, e cresço com a experiência.
Estou aprendendo  ser grata a tudo!!!
Através disto e de tantas outras buscas percorro também o caminho da consciência. Este é infinito...
Uma bom restante de semana para vocês.
Tais

domingo, 6 de novembro de 2011

Sobre a morte e morrer

Esta é a minha vovó materna ao completar 96 anos em agosto/11, juntamente com tia Ariadne que cuidou com tanto amor dela até o último instante. Obrigada tia...
Vovó partiu dia 1 de novembro/11 e ao ler esta crônica do Rubem Alves entendi exatamente o que tão bem expressou, pois foi assim que agimos com vovó - respeitamos o tempo real dela.
Queria também agradecer as tres cuidadoras da vovó Georgina; Maria Helena, Raissa e Lindaci. Elas cuidaram com Amor, eu sei!
Enfim a vovó descansou e deixou muitas boas lembranças além de ter oportunizado a minha vinda a este planeta, pois se não fosse ela e tantos outros antepassados eu não estaria aqui.
Minhas saudades, querida vovó!
Obrigada...
Tais

Sobre a morte e o morrer
Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de
um ser humano? O que e quem a define?


Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O que fazer?

Dúvidas, se não as temos, como levar o dia adiante, esbarrando em escolhas das mais simples as mais complexas? As previsíveis situações de rotina exigem pouco de nós no que tange a decisões. Estão de cara com a cara da gente e só vamos cumprindo com os afazeres da agenda.


Por outro lado, as circunstâncias de foro íntimo ficam alfinetando nossos pensamentos numa urgência incrível para serem atendidas.

Ele não ligou. Deves ficar em silêncio ou telefonar, mandar uma mensagem pelo celular assim como quem não quer nada, querendo?


As evasivas palavras de alguém te deixaram frustrada. Convém questionar, ir a fundo, indagar quais suas razões?

Recebes menos carinho do que esperas. É aconselhável continuar afagando em troca de tão pouco ou é melhor redirecionar o teu afeto?

Tentando agradar, desagradas. Pedes desculpas ou deixas o gesto esmorecer por si mesmo numa capitulação incômoda?

Precisas decidir entre ir e ficar. Como resolver o dilema, se uma parte de ti quer partir e a outra insiste em permanecer?

Alguns falam contigo em linguagem codificada. Precisas aprender novos idiomas ou deves te graduar em traduções de sinais?

A seleção para o cargo tão desejado não foi oportunizada. Desistes de ir em busca de outras oportunidades ou vais encarar um meta diversa?

O novo se infiltra nos teus sentidos num desafio desconcertante. Como encarar a diferença entre o antigo enraizado em dogmas e o atual impregnado de provocação? Como assimilar que o novo não substitui o antigo, mas acrescenta facetas de uma outra realidade que se transfere no tempo?

Na tarde ensolarada caminhas pisando em palavras soltas e equilibras teus passos num jogo há muito tempo aprendido. O jogo de harmonizar.

E é com essa perícia invejável de lidar com os questionamentos, colocando-os numa balança com dois pratos, que alguns lidam com a vida sabiamente.

Pouco vale a inteligência. Prevalece a sabedoria, que não se aprende na escola. A sabedoria de dar a cada elemento o seu valor, a sua urgência, o seu peso real.

Urgente lembrar do que diz a placa de sinalização na margem das estradas: ”Na dúvida não ultrapassar”.

Então, mantém a velocidade das tuas dúvidas em baixa rotação, evita vencer distâncias em curto espaço de tempo. Maneja com extremo cuidado o andar da caravana dos teus pensamentos provocativos.

Mais urgente do que a resolução de tuas dúvidas é o bom senso de deixar que muitas delas se resolvam por si mesmas, sem atropelos ou atitudes precipitadas.

Difícil, não te parece? Em mim, a dúvida age como um transgressor de fronteiras. Invade meu território e me faz perder o sono porque fico em vigília, espreitando um facho de luz que clareie o escuro do caminho por onde decisões vagueiam a espera de serem escolhidas.

O que fazer?

Este texto chegou para mim na semana passada e caiu como uma luva.
Infelizmente não mandaram o nome do autor, pois sempre referencio os textos aqui postados.
Que me desculpe o autor...mas a intenção é repartir algo tão bem escrito e que provoca uma reflexão boa de fazer!
Espero que gostem.
Tais

domingo, 23 de outubro de 2011

Permanecer no amor

    "Gostaria de dizer algo sobre o amor. Algo diferente do que vocês talvez estejam esperando. Às vezes ouvimos a frase “Permanecer no amor”! O que significa isso? Permanecer no amor? Conhecemos o amor que vincula. Através de um amor especial estamos vinculados aos nossos pais, ao nosso parceiro e também aos nossos filhos. Como estamos ligados a estas pessoas desta maneira, estamos ao mesmo tempo, separados de outras.
    Permanecer no amor significa que tudo é amado da maneira como é, que tudo é acolhido na alma da maneira como é. Significa que concordamos com tudo da maneira como é e o amamos como é, exatamente como é. Significa também, que concordamos com toda a vida como é, exatamente como é: com a própria vida assim como é, com a vida dos outros, como é, assim como é, exatamente da maneira como é.
    Do mesmo modo também a luta faz parte dessa vida. A vida de cada indivíduo disputa o lugar com a vida dos outros. Se permanecemos no amor, amamos também os opostos, a luta, a vitória e a derrota, viver e morrer, os vivos e os mortos, o passado da maneira como foi, o futuro da maneira como vem. Neste amor tornamo-nos amplos e entramos em sintonia e concordância com tudo.
Este amor é a entrega para o todo. È a religião essencial. Neste amor somos repletos, serenos, podemos assistir a tudo como se desenvolve, entregamo-nos ao próprio destino dos outros e ao destino do mundo. Estar entregue ao todo deste modo significa permanecer no amor Isto implica também em conseqüências para o nosso dia a dia. Quem permanece no amor desta maneira pode assistir a tudo como é: à felicidade e ao desastre, à vida e à morte., ao emaranhamento e ao sofrimento. Como ama o todo e está entregue ao todo, uma vez ou outra, atua dentro deste fluxo de vida, porem sem assoberbar-se permanecendo sempre em sintonia e na aceitação. Quem ajuda desse modo, permanece isento de preocupações. E é livre. Todos possuem o mesmo tamanho e a mesma importância. No todo não há quem seja melhor ou pior. No todo existimos simplesmente." . B.H

Parece difícil...quase impossivel!
Mas a aceitação é um caminho fantástico.
Quando aceitamos tudo como é, os problemas ficam menores e a vida passa a ter um sabor de experimentação e de ganho. Tudo está certo, da forma que eu necessito...até mesmo as dificuldades. Quando consigo aprender com o que julgo difícil e sofrido....ah...tudo passa a ter um sabor especial - DE APRENDIZAGEM - !!!!!
Uma excelente semana para vocês.
Tais


domingo, 16 de outubro de 2011

Histórias que fazem pensar



Mundialmente conhecido pela criação da abordagem terapêutica "Constelações Familiares", atraves das idéias de Bert Hellinger tento explicar neste texto um aspecto fascinante de suas interveções terapêuticas; histórias surpreendentes para o intelecto, destinadas a ressoar na alma do cliente.
Tanto as crianças como os adultos quando as ouvem  trazem alívio, alem de normalmente realizarem  as mudanças necessárias em seus comportamentos.
Fico impressionada com a simplicidade e a criatividade com que Bert transforma as histórias e como elas atuam...
Uma pequena homenagem nesta semana à esses seres tão especiais que são as crianças.


A FILHA PEQUENA QUE PADECIA DE ENURESE NOTURNA

Há pouco tempo alguém da TV austríaca entrevistou Bert Hellinger e pediu que dissesse algo acerca de histórias que curam.
Ele centrou-se no prático, falando das possibilidades de ajudar crianças através de histórias.
Sobre a pergunta do que poderia ser feito no caso de enurese noturna (crianças que urinam na cama à noite), contou o seguinte caso.
    "Um pai me perguntou o que poderia fazer com sua filha pequena que de noite fazia pipi na cama. Aconselhei-o que dissesse à filha que havia se casado com muito gosto com sua mãe (a filha havia nascido antes que os pais se casassem). E que o dissesse de passagem e que, além do mais, lhe contasse histórias com pequenas variações." Por exemplo:


Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho chega à casa da avó quer entrar pela porta e vê que a calha está pingando. Diz a sí mesmo: "Antes vou consertar esta goteira".Entra no galpão, busca um pouco de piche , pega uma escada, sobe, conserta a goteira para que não molhe a entrada , e depois desce para visitar a sua avó...

Branca de Neve e os sete anões 

Um pequeno anão queixa-se de manhã, que entrou chuva pelo telhado durante a noite, e que acordou totalmente molhado em sua cama. Branca de Neve lhe diz: "Consertarei o telhado imediatamente". Enquanto os anões trabalham, Branca de Neve sobe no telhado,vê que apenas uma telha havia saído do lugar e coloca-a de volta. Quando o anão volta para casa de noite está tão cansado que esquece de perguntar sobre o telhado.Na manhã seguinte também se esqueceu, pois está tudo bem.

    Ao fim de seis meses, o pai voltou a uma supervisão e contou ao Bert sua experiência. Disse que a história havia surtido um efeito imediato: tudo havia se arranjado. O que lhe chamou a atenção é que esta filha pequena normalmente protestava se ele introduzia variações nos contos, mas estas modificações ela aceitou tranquilamente.

Neste exemplo vemos que a sábia alma da criança alia-se ao narrador. A alma almeja a solução sem que esta lhe seja dita abertamente, de modo que a criança sinta-se encorajada a colocar em prática o novo através do seu conhecimento.
É evidente que a criança percebeu o que o pai disse pois do contrário a história não teria surtido efeito.Mas como o pai não falou diretamente sobre o problema e respeitou o sentimento de vergonha da criança, ela sentiu-se respeitada por ele ter tido tamanha delicadeza com ela e pôde reagir.
A criança sabe que molha a cama. Isto não precisamos lhe contar.E sabe também que não deve molhar a cama.Isto também ninguém precisa lhe dizer. Se lhe damos um conselho ou abordamnos o seu problema sente-se inferior.Se a criança segue o conselho a auto estima dos pais aumenta enquanto a sua auto estima diminui. A criança protege-se contra a perda da auto estima recusando o conselho. Exatamente pelo fato de nós termos dado um conselho, a criança precisa fazê-lo de modo diferente para poder manter a sua dignidade. A dignidade é o que existe de mais importante para cada pessoa. Para as crianças também.Apenas quando a criança sente um amor profundo no conselho pode segui-lo.


Segundo Bert Hellinger, as histórias podem dizer o que não pode ser expresso de outra forma, pois também sabem ocultar o que mostram. Encaramos sua verdade como pressentimos, por trás de um véu, o rosto de uma mulher.
Quando as ouvimos nos sentimos como se entrássemos numa catedral. Entrando na obscuridade, vemos os vitrais iluminados. Mas, quando as luzes se acendem, só percebemos as molduras.
Tais

domingo, 9 de outubro de 2011

Por quê para alguns o dinheiro "some"?????



O DINHEIRO
"O dinheiro é algo espiritual. Nele é armazenada a energia de um trabalho, um trabalho meritório.  Quanto maior é o serviço que é prestado (O trabalho) por uma soma determinada de dinheiro, maior é a energia que esse dinheiro guarda. O dinheiro ganho arduamente, com muito esforço, possuí a máxima energia. É usado da forma mais parcimoniosa e é valorizado ao máximo.
O dinheiro fácil, ou seja, o dinheiro alcançado sem o trabalho equivalente possui pouca energia, sem falar no dinheiro obtido com injustiça e engano. Por isso não permanece Ele quer ir para outro lugar. E por isso se pode dizer que o dinheiro tem um lado Espiritual, inclusive uma alma.
O dinheiro se sente melhor – essa é minha imagem - no banco. Aguarda e espera ser usado. Em geral, o dinheiro se sente bem ao ser usado cuidadosamente por um valor e um trabalho correspondentemente adequados. Esta é a melhor maneira e a mais bela em que se desenvolve sua energia e porque não dizer, seu espírito.
Aquele que tem o dinheiro nas mãos tem também em suas mãos o trabalho de uma pessoa. Muitas vezes o seu suor, sague e lágrimas. Daí que se deva geri-lo o mais cuidadosamente possível. Esse cuidado se junta com aqueles que o ganharam com respeito e amor.
Desta forma é como entendemos o dinheiro como espiritual. Com o movimento do Espírito nós afirmamos que àqueles que através de seu trabalho, nos habilitam a pagar por seu trabalho correspondente.
Espiritualmente podemos compreender o dinheiro quando o vemos em movimento e em consonância com esse movimento , exigimos, tomamos e o passamos a outra pessoa. O dinheiro está a serviço do amor, a serviço do amor do Espírito. E um amor que flui.
            Com isso, você realmente fez jus ao espírito do dinheiro? Também é poder e arma, benção e maldição. Onde aparece com poder em excesso, qual a força real que o move? São aqueles que o possuem ou é o dinheiro que os move até ele? A pregunta é: se é o dinheiro que move a quem o tem quem move então o dinheiro? Também isso mostra que o dinheiro é algo espiritual
O dinheiro acena sempre para aquele que o tem e sempre o respeita, o respeita como algo espiritual.
 Os pobres também tem que respeitar o dinheiro. Têm que respeitá-lo com algo Espiritual, em sintonia com o movimento do espirito. Como? Também com amor."
MÍSTICA COTIDIANA – Caminos de experiencias espirituales -  Bert Hellinger, Editorial Alma Lepik 
Antes de tomar contato com as Constelaçoes familiares e empresariais, sempre buscava uma explicação para esta pergunta...aí, logo nas primeiras vezes que assisti uma Constelação - onde o tema era a dificuldade com relação ao dinheiro - pude compreender através dela o que pode acontecer com o dinheiro dependendo de como o recebemos ou lidamos com ele... Realmente uma aprendizagem única, um presente para minha vida, como tudo o que ocorre neste trabalho em termos de compreensão. A Constelação sistêmica familiar e empresarial pode trabalhar muitos temas, por exemplo: venda de imóvel, negócios na empresa,  vida profissional, relacionamentos de casal , familiar etc...
É um caminho para solução, seja ela qual for!
Uma boa semana...
Tais

domingo, 2 de outubro de 2011

Quando e para que buscar Constelação Familiar?


Quando tomei contato com as Constelações Familiares sempre me perguntava: como o (a) terapeuta sabe se o cliente precisa ou não deste trabalho?
Após esta compreensão ficou evidente a necessidade ou não de Constelar e é sobre isso que gostaria de escrever um pouco hoje.

Para àqueles que nada conhecem sobre este tema, existe um artigo básico em meu Blog,  postado no mês de junho,  chamado Constelações Sistêmicas Familiares: perguntas Frequentes . Talves após esta leitura fique mais compreensível o assunto tratado hoje.

 

Na terapia  apoiamos o cliente sobretudo em seus sentimentos primários. Nós os consideramos sentimentos originais que estão ligados a um direcionamento. Podemos reconhecê-los pelas seguintes características:

Os movimentos primários fortalecem, expressam o movimento interno direcionado e são sempre adequados na situação em que afloram. Pode ser um amor profundo, mas também uma raiva contra uma injustiça ou medo de uma situação ameaçadora. O sentimento atravessa  por um arco de tensão, revela-se, ascende, declina e chega a um fim.O cliente pode vivenciar os sentimentos primários de olhos abertos e estar simultaneamente em contato com o mundo externo.

Isso não é possível em relação aos movimentos secundários . Estes são crônicos, não tem nenhum começo concreto e nenhum fim claro e não percorrem nenhum arco de tensão como os sentimentos primários. Nos movimentos secundários o cliente desperdiça energia e tempo com um sintoma que não o leva adiante em seu caminho na vida. Geralmente ele tem uma clara sensação disso, ficando zangado, triste, e sem poder descrever exatamente o que se passa internamente.

O cliente pode assumir algo de seu sistema familiar

Alguns sentimentos se originam do contexto de uma outra pessoa. Eles vêm do sistema familiar e são sentidos pelos filhos ou netos se os pais não os sentiram ou não puderam senti-los. Então, um cliente pode sofrer de uma depressão, por exemplo, que surge espontaneamente. Pode-se constatar, por exemplo, que um irmão ou irmã da mãe morreu cedo e a criança carrega o luto com a mãe.

Sentimentos adotados suscitam irritação porque não fazem sentido para o cliente em seu contexto pessoal. Às vezes eles até dizem: “Isso(sintoma-reação) aparece e toma conta de mim...parece que não é meu...não tenho controle...” Com a Constelação ele poderá entendê-los e integra-los de outra forma. Os sentimentos podem continuar, mas se souber que a depressão pertence à mãe ou a agressividade é, na verdade, um sentimento vivido pelo pai, então sentir-se-á como um instrumento através do qual o sintoma se mostra, sem que ele próprio precise se identificar ou sofrer com isso.

Frequentemente os sentimentos adequados não puderam ser sentidos na época dos acontecimentos porque não havia espaço para isso ou eram inaceitáveis nessa situação. Então toda essa situação se manifesta através das gerações posteriores e o cliente não tem “domínio” nenhum sobre o sintoma alem de não entendê-lo e não conseguir modificá-lo.

As Constelações Familiares promovem a possibilidade de retorno à situação que deu origem ao sintoma, liberando-a. Representa também, um grande alívio o cliente escutar que o sentimento é certo, mas não o lugar e a época em que se manifesta.

Um pequeno exemplo: uma mulher atraente, praticante de budismo, vivia com seus filhos e um homem agressivo, que batia nela e a tratava mal. Ela  temia pela sua vida e pelo seu futuro e estava desesperada. Era bem sucedida profissionalmente mas tinha um medo constante de perder seu emprego. É surpreendente ouvir coisas assim de uma jovem mulher talentosa, de boa aparência e sem motivos em sua própria vida para esses temores, como ela mesma reconheceu. Na constelação familiar, foi possível localizar os sentimentos que correspondiam a um antepassado envolvido com campos de concentração e sacrifício de pessoas; medo e insegurança, se ainda sobreviveriam ao dia de amanhã, ansiedade quanto a duração dos relacionamentos e em relação ao próprio futuro. Parecia estar expiando pelas vítimas ao se expor às injustiças e surras do namorado. A sua religião também se mostrou como um a tentativa de compensação pela injustiça e crueldade.
Nem sempre é possivel a total comprensão daquilo que aparece nas Constelações  mas isto não tem importância, pois a alma compreende e nós somos liberados.

Precisei resumir e simplificar as explicações de modo a não ficar cansativo  mas espero ter  atingido o âmago da questão...
Creio ter lançado uma informação com relação às situações/vivências inexplicáveis na vida de cada um de nós e que , a partir de agora, consigamos ter um olhar de esperança sobre as mesmas...afinal são todas necessárias para que possamos realizar aquilo para  que fomos escolhidos.
Boa semana!
Tais